Março Azul: câncer colorretal é o terceiro mais frequente no Brasil - Hospital Haroldo Juaçaba
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Março Azul: câncer colorretal é o terceiro mais frequente no Brasil

Ceará deve registrar 1.210 novos casos por ano até 2025

Até 2025 são esperados no Brasil, por ano, mais de 45 mil novos casos de câncer colorretal, mais popularmente conhecido como câncer de intestino, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Só no Ceará, 1.210 novos casos são esperados durante o mesmo período. A doença é responsável por 12% das mortes causadas por câncer no País. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer colorretal ocupa a terceira posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil. Ainda de acordo com dados do Inca, é o segundo tipo de câncer mais comum entre homens e mulheres, superado apenas pelo câncer de próstata e de mama, respectivamente.

Nesse contexto, a campanha Março Azul, iniciativa que teve início nos Estados Unidos nos anos 2000, por declaração do então presidente Bill Clinton, busca promover a conscientização sobre a prevenção da doença. O Brasil foi o primeiro país na América Latina a aderir ao movimento, ainda em 2020, quando entidades como a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) e a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) passaram a realizar uma série de atividades voltadas à detecção precoce da doença e à redução da incidência e mortalidade pela doença.

O câncer colorretal caracteriza-se pelo crescimento anormal das células na parte do intestino grosso chamada cólon, no reto, que corresponde ao final do intestino imediatamente antes do ânus, e no ânus, explica o coloproctologista Dr. Fábio Santiago, do Instituto do Câncer do Ceará (ICC).

Fatores de risco

Os principais fatores de risco estão associados ao sedentarismo, à obesidade, ao consumo regular de álcool e tabaco e ao baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras, além de condições crônicas como a doença inflamatória intestinal crônica (colite ulcerativa ou doença de Crohn) e Diabetes Mellitus Tipo 2. Fatores genéticos e hereditários também podem aumentar as chances de adquirir a doença. Em geral, o câncer colorretal é mais comum em pessoas com mais de 50 anos, embora a idade, segundo o especialista, não seja um fator determinante já que, devido ao ritmo de vida atual, em que as pessoas têm se alimentado de maneira cada vez mais inadequada, consumindo muitos alimentos industrializados, observa-se o aumento do surgimento desse câncer em pessoas mais jovens.

Sintomas

Segundo o Dr. Fábio Santiago, inicialmente, a doença pode não apresentar sinais. Porém, caso indícios antes não perceptíveis, que persistam sem causa, como: alteração do hábito intestinal (diarreia e constipação, por exemplo); mudança do formato das fezes; sensação de nunca estar com o intestino vazio é sempre necessitando evacuar mais; sangramento nas fezes; fezes muito escuras ou pretas; cólicas ou dor abdominal persistente; fraqueza e fadiga; perda de peso e anemia, devem ser investigados.

A boa notícia é que a detecção precoce da doença é possível. A maioria dos tumores evolui a partir de lesões benignas, os pólipos adenomatosos (uma lesão que surge como uma espécie de “bolinha” no intestino), por um período de 10 a 15 anos, existindo, portanto, um período pré-clínico detectável bastante longo.

Prevenção

A prevenção do câncer de intestino envolve a adoção de hábitos de vida mais saudáveis, como o combate ao sedentarismo, ao tabagismo e à obesidade, além da realização de exames preventivos, como a colonoscopia, que é indicada também para o tratamento precoce de lesões intestinais. O procedimento é recomendado para qualquer pessoa com 50 anos ou mais, tendo ou não sintomas, tendo ou não histórico familiar de câncer.

Nos casos em que há relação genética com o surgimento da doença, a recomendação é já começar a investigação com colonoscopia a partir dos 40 anos ou 10 anos a menos que o familiar acometido.

O médico explica que durante a realização do exame, caso identificado algum pólipo, o próprio colonoscopista poderá retirá-lo, fazendo com que aquela lesão, que em alguns anos poderia se tornar um câncer, não aconteça. “A remoção do pólipo previne o surgimento do câncer. Por isso, a colonoscopia é tão importante e deve-se perder o medo e o tabu em relação a esse exame. Ele pode ser desconfortável no preparo, já que a medicação pode levar à diarreia, pois o intestino tem de ficar limpo para o exame ser bem-sucedido, mas pode ser crucial para evitar um problema muito maior”, completou o especialista.

Além da Colonoscopia também podem ser realizados outros exames diagnósticos complementares tais como tomografia computadorizada e exames genéticos para detectar a síndrome de Lynch.

Tratamento

Segundo o Dr. Fábio Santiago, o tratamento vai depender da localização do câncer colorretal e do grau de invasão, ou seja, se há ou não metástase e se houve aparecimento do tumor em outro órgão. Caso localizado tumor no reto, podem ser utilizadas a radioterapia e a quimioterapia antes de fazer a cirurgia, já que, muitas vezes, o tumor desaparece após utilizar esses recursos, sendo de fundamental importância o acompanhamento. Quando o câncer se localiza no intestino grosso, a cirurgia é sempre a primeira opção de tratamento.

A chance de cura do câncer colorretal é considerada alta, em geral, dependendo da localização e do estágio no qual o câncer está.

O ICC contribui com tratamentos, estudos e serviços voltados para o combate ao câncer colorretal. No Hospital Haroldo Juaçaba (HJ), os pacientes são examinados no ambulatório e caso tenham suspeita, são encaminhados para realização de colonoscopia. Entre os tratamentos mais modernos para o câncer que está disponível é a cirurgia videolaparoscópica.

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